terça-feira, 12 de junho de 2012

Plano de aula sobre variedades linguísticas


Plano de aula

Conteúdo: Variedades Linguísticas

Modalidade / Nível de Ensino
Componente Curricular
Tema
Ensino Médio
Língua Portuguesa
Outras expressões: poemas, vídeos you tube, quadrinhos.
Ensino Médio
Língua Portuguesa
Estudos literários: análise e reflexão

Dados da Aula

O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Compreender que a leitura e interpretação são primordiais em todos os âmbitos da vida.
  • Possibilitar o conhecimento das variedades lingüísticas e ao não preconceito linguístico.
  • Reconhecer a importância de adequação da linguagem em diferentes contextos sociais.
  • Perceber aspectos semânticos em diversos textos e oralidades.
  • Contar/narrar textos em que transpareça estas variedades linguisticas e a adequação a norma culta a escrita.
Duração das atividades
 Aulas 06 de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
Para que a presente aula se efetive de forma exitosa é necessário conhecimento prévio as variedades lingüísticas.

Estratégias e recursos da aula
"O que eu pediria à escola era considerar a poesia primeiro como visão direta das coisas e depois como veículo de informação prática e teórica, preservando em cada aluno o fundo mágico, lúdico, intuitivo e criativo que se identifica basicamente com a sensibilidade poética".
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

O modo de falar do brasileiro

Alfredina Nery*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Toda língua possui variações linguísticas. Elas podem ser entendidas por meio de sua história no tempo (variação histórica) e no espaço (variação regional). As variações linguísticas podem ser compreendidas a partir de três diferentes fenômenos.

1) Em sociedades complexas convivem variedades linguísticas diferentes, usadas por diferentes grupos sociais, com diferentes acessos à educação formal; note que as diferenças tendem a ser maiores na língua falada que na língua escrita;
2) Pessoas de mesmo grupo social expressam-se com falas diferentes de acordo com as diferentes situações de uso, sejam situações formais, informais ou de outro tipo;
3) Há falares específicos para grupos específicos, como profissionais de uma mesma área (médicos, policiais, profissionais de informática, metalúrgicos, alfaiates, por exemplo), jovens, grupos marginalizados e outros. São as gírias e jargões.
Assim, além do português padrão, há outras variedades de usos da língua cujos traços mais comuns podem ser evidenciados abaixo.

Variações regionais: os sotaques

Se você fizer um levantamento dos nomes que as pessoas usam para a palavra "diabo", talvez se surpreenda. Muita gente não gosta de falar tal palavra, pois acreditam que há o perigo de evocá-lo, isto é, de que o demônio apareça. Alguns desses nomes aparecem em o "Grande Sertão: Veredas", Guimarães Rosa, que traz uma linguagem muito característica do sertão centro-oeste do Brasil:

Demo, Demônio, Que-Diga, Capiroto, Satanazim, Diabo, Cujo, Tinhoso, Maligno, Tal, Arrenegado, Cão, Cramunhão, O Indivíduo, O Galhardo, O pé-de-pato, O Sujo, O Homem, O Tisnado, O Coxo, O Temba, O Azarape, O Coisa-ruim, O Mafarro, O Pé-preto, O Canho, O Duba-dubá, O Rapaz, O Tristonho, O Não-sei-que-diga, O Que-nunca-se-ri, O sem gracejos, Pai do Mal, Terdeiro, Quem que não existe, O Solto-Ele, O Ele, Carfano, Rabudo.

Drummond de Andrade, grande escritor brasileiro, que elabora seu texto a partir de uma variação linguística relacionada ao vocabulário usado em uma determinada época no Brasil.

Antigamente
"Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio."

Como escreveríamos o texto acima em um português de hoje, do século 21? Toda língua muda com o tempo. Basta lembrarmos que do latim, já transformado, veio o português, que, por sua vez, hoje é muito diferente daquele que era usado na época medieval.

Língua e status

Nem todas as variações linguísticas têm o mesmo prestígio social no Brasil. Basta lembrar de algumas variações usadas por pessoas de determinadas classes sociais ou regiões, para perceber que há preconceito em relação a elas.

Inicie a aula questionando os alunos sobre:
O que é variedades lingüísticas?
Onde podemos encontrar estas variedades?
O que é preconceito lingüístico?
Neste momento, chame atenção para as supostas respostas, investigando ainda mais cada um.

Atividade 01

Fazer a leitura em dupla dos seguintes poemas:
Texto 1
O Poeta da Roça
Sou fio das mata, canto da mão grossa,
Trabáio na roça, de inverno e de estio.
A minha chupana é tapada de barro,
Só fumo cigarro de paia de mío.

Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argun menestré, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola,
Cantando, pachola, à percura de amô.
Não tenho sabença, pois nunca estudei,
Apenas eu sei o meu nome assiná.
Meu pai, coitadinho! Vivia sem cobre,
E o fio do pobre não pode estudá.

Meu verso rastero, singelo e sem graça,
Não entra na praça, no rico salão,
Meu verso só entra no campo e na roça
Nas pobre paioça, da serra ao sertão.
(...)

Você acredita que a forma de falar e de escrever comprometeu a emoção transmitida por essa poesia? Patativa do Assaré era analfabeto (sua filha é quem escrevia o que ele ditava), mas sua obra atravessou o oceano e se tornou conhecida mesmo na Europa.

Leia agora, um poema de um intelectual e poeta brasileiro, Oswald de Andrade, que, já em 1922, enfatizou a busca por uma "língua brasileira".
Texto 2

Vício na fala
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados.

 Questões para serem resolvidas em dupla sobre os poemas:
1-     Quais são as variedades lingüísticas encontradas nos poemas?
2-     Ao ler, de qual região o vocabulário é semelhante? Rural ou Urbano?
3-     Nas cidades é possível percebermos estas variantes?
4-     Redija todas as variedades encontradas no exercícios nº1, agora passe-as para a norma culta. 
Após discutir as respostas, averiguando se alguma conincidiu.

EXPLICANDO

 Preconceito linguístico

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa
Entende-se como preconceito linguístico o julgamento depreciativo contra determinadas variedades linguísticas. Segundo a linguista Marta Scherre, o "julgamento depreciativo, desrespeitoso, jocoso e, consequentemente, humilhante da fala do outro ou da própria fala" geralmente atinge as variedades associadas a grupos de menor prestígio social. [1]

Variação linguística e preconceito

Da mesma forma que a humanidade evolui e se modifica com o passar do tempo, a língua acompanha essa evolução e varia de acordo com os diversos contatos entre os seres pertencentes à comunidade universal. Assim, é considerada um objeto histórico, sujeita a transformações, que se modifica no tempo e se diversifica no espaço. Existem quatro modalidades que explicam as variantes linguísticas:
  1. variação histórica (palavras e expressões que caíram em desuso com o passar do tempo);
  2. variação geográfica (diferenças de vocabulário, pronúncia de sons e construções sintáticas em regiões falantes do mesmo idioma);
  3. variação social (a capacidade linguística do falante provém do meio em que vive, sua classe social, faixa etária, sexo e grau de escolaridade);
  4. variação estilística (cada indivíduo possui uma forma e estilo de falar próprio, adequando-o de acordo com a situação em que se encontra).

Ligações externas



Assistir aos vídeos: 





Considerando o vídeo, peça as duplas para registrem as respostas das questões abaixo para discutirem com as demais duplas:
1)    Vocês gostaram do vídeo? Por quê?
2)    Quais elementos mais chamaram sua atenção nas cenas? Justifiquem exemplificando.
4)    Escolham com base na fala dos personagens e registrem dois exemplos de frases que utilizam variedades lingüísticas.


ATIVIDADE 03

Atividade retirado do blog dia 12/06/2012 no site: http://desmontandotexto.blogspot.com.br/2009/08/variedades-linguisticas.html

 
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Variedades lingüísticas
É por meio da língua que o homem expressa suas idéias, as idéias de sua geração, as idéias da comunidade a que pertence, as idéias de seu tempo. A todo instante, utiliza-a de acordo com uma tradição que lhe foi transmitida e contribui para sua renovação e constante transformação. Cada falante é, a um tempo, usuário e agente modificador de sua língua, nela imprimindo marcas geradas pelas novas situações com que se depara. Nesse sentido, pode-se afirmar que na língua projeta-se a cultura de um povo, compreendendo-se cultura no seu sentido mais amplo, o conjunto dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições e de outros valores espirituais e materiais e características de uma sociedade transmitidos coletivamente.
Ao falar, um indivíduo transmite, além da mensagem contida em seu discurso, uma série de dados que permite a um interlocutor identificar o grupo a que pertence.
A entonação, a pronúncia, a escolha vocabular, a preferência por determinadas construções frasais, os mecanismos morfológicos podem servir de índices que identifiquem:
a) o país ou a região de que se origina;
b) o grupo social de que faz parte (o seu grau de instrução, a sua faixa etária, o seu nível socioeconômico, a sua atividade profissional);
c) a situação (formal ou informal) em que se encontra.
As diferentes maneiras de se “usar” uma língua gera uma grande variedade lingüística.
Se alguém afirmasse “Esses gajos que estão a esperar o elétrico são uns gandulos”, não se hesitaria em classifica-lo como falante de Língua Portuguesa, em sua variante lusa.
Se por outro lado ouvisse “Se abanquem, se abanquem, tchê!”, ficaria claro que se tratava de um falante de Língua Portuguesa, em sua variante brasileira, natural do Sul do país.
O Brasil, em decorrência do processo de povoamento e colonização a que foi submetido e devido à sua grande extensão, apresenta grandes contrastes regionais e sociais, estes últimos perceptíveis mesmo em grandes centros urbanos, em cuja periferia se concentram comunidades mantidas à margem do progresso.
Um retrato fiel, atual, de nosso país teria de colocar lado a lado: executivos de grandes empresas; técnicos que manipulam, com desenvoltura, o computador; operários de pequenas, médias e grandes indústrias; vaqueiros isolados em latifúndios; cortadores de cana; pescadores; plantadores de mandioca em humildes roças ; pompeiros que comercializam pelo sertão; indígenas.
Nos grandes centros urbanos, as variantes lingüísticas geram entre os falantes o preconceito lingüístico, e muitas pessoas são discriminadas por sua forma de falar. No entanto, alguns escritores aproveitaram este fato para caracterizar as personagens que criaram, pois perceberam a riqueza presente nas variantes regionais. Jorge Amado e Graciliano Ramos enriqueceram a literatura brasileira com personagens marcantes como Pedro Bala, Gabriela e Alexandre.
Desvincular o falante de seus costumes e caracteres lingüísticos é afasta-lo de sua essência e autenticidade.
1. Por que, no Brasil, há grandes contrastes na utilização da Língua Portuguesa?
2. Qual a sua opinião sobre o preconceito lingüístico?


ATIVIDADE 04

Os alunos neste momento produzirão um texto no caderno, com tema livre em que cada um, utilizará de seus conhecimentos e experiências para embasar suas exemplificações no decorrer da produção. Neste texto deverão aparecer diálogos, personagens, etc.

ATIVIDADE 05

Após escolher as duas produções mais criativas e dividir a sala em dois grupos em que cada um ensaiará para produzirem uma curta metragem da história.


LABORATÓRIO
Os grupos farão edição do vídeo, para apresentar na próxima aula.
A turma assistirá cada um dos vídeos, após farão comentários, o que aprenderam sobre o tema,etc.

 
 
 
 
 
Referências









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